Terrible Two! Nosso bebe já não é mais um anjinho…

O “Terrible Two”, ou “terríveis dois anos”, é uma fase desafiadora para muitos pais. Entre birras, choros e frustrações, essa etapa do desenvolvimento infantil pode gerar dúvidas e estresse no ambiente familiar. Mas afinal, o que está por trás desse comportamento e como torná-lo mais produtivo? Baseando-se nas teorias do psicanalista Donald Winnicott e em artigos científicos, este artigo ajudará a entender essa fase e a lidar com ela de forma mais leve e construtiva.

O Que é o “Terrible Two”?

O termo “Terrible Two” se refere ao período em que a criança, por volta dos dois anos, começa a afirmar sua individualidade e testar limites. Esse comportamento inclui:

  • Aumento das birras e frustrações;
  • Dificuldade em aceitar “nãos”;
  • Maior desejo por independência;
  • Alternância entre querer ajuda dos pais e rejeitá-la.

Segundo Winnicott, essa fase faz parte do processo de amadurecimento emocional da criança e está relacionada à sua capacidade de se tornar um indivíduo separado da mãe ou dos cuidadores principais. Esse é um momento crucial para o desenvolvimento da autonomia e da identidade.

O Que Winnicott Nos Ensina Sobre Essa Fase?

Para Winnicott, o desenvolvimento emocional primitivo da criança acontece em três estágios:

  1. Dependência Absoluta – Quando o bebê precisa da mãe para tudo.
  2. Dependência Relativa – Quando começa a explorar o mundo, mas ainda precisa do suporte dos pais.
  3. Rumo à Independência – Quando desenvolve a noção de que é um ser separado e começa a testar limites.

O “Terrible Two” está dentro desse terceiro estágio. A criança não está “sendo difícil” de propósito, mas sim aprendendo a lidar com emoções complexas, como frustração e desejo de independência. Ela precisa de suporte emocional e de um ambiente seguro para se expressar sem medo.

Estratégias Para Lidar com o “Terrible Two”

  1. Entenda as Birras Como Parte do Desenvolvimento

As birras são uma forma de comunicação. Quando a criança se frustra, está aprendendo a lidar com limites. Em vez de reprimir ou punir, tente validar os sentimentos dela e ajudá-la a encontrar formas saudáveis de expressar suas emoções.

  1. Ofereça Opções e Autonomia

Uma das principais causas de frustração nessa fase é a sensação de falta de controle. Para minimizar isso, ofereça escolhas dentro de limites seguros. Por exemplo:

  • “Você quer colocar a blusa azul ou a vermelha?”
  • “Quer escovar os dentes antes ou depois do banho?”

Dessa forma, a criança sente que tem algum controle sobre sua rotina, reduzindo resistência e birras.

  1. Estabeleça Rotinas e Limites Claros

Winnicott enfatizava a importância de um ambiente previsível e confiável para o desenvolvimento emocional da criança. Ter horários regulares para refeições, sono e brincadeiras ajuda a reduzir a ansiedade e melhora o comportamento.

  1. Use o “Objeto Transicional” a Seu Favor

Os objetos transicionais, como ursinhos de pelúcia ou paninhos, ajudam a criança a se sentir segura ao se afastar dos pais. Esse conceito de Winnicott é fundamental nessa fase, pois dá à criança um ponto de referência emocional quando precisa lidar com a frustração.

  1. Evite Reações Exageradas e Use a Paciência Como Aliada

Se a criança faz birra em público, por exemplo, tente manter a calma e não ceder à pressão do ambiente. Se possível, abaixe-se ao nível dela, olhe em seus olhos e fale com um tom firme, mas acolhedor.

  1. Incentive Brincadeiras que Ajudam no Controle das Emoções

O brincar é uma ferramenta essencial no desenvolvimento da criança. Segundo Winnicott, é no brincar que a criança elabora suas emoções e aprende a lidar com o mundo. Atividades como pintura, massinha, brincadeiras simbólicas e histórias ajudam a criança a processar sentimentos e a expressar suas emoções de maneira mais saudável.

Conclusão

O “Terrible Two” não precisa ser um período de exaustão e conflitos constantes. Quando compreendemos essa fase do desenvolvimento infantil sob a ótica de Winnicott, percebemos que se trata de um momento fundamental para o amadurecimento emocional da criança. Com paciência, empatia e estratégias adequadas, é possível transformar essa etapa desafiadora em uma oportunidade de crescimento para toda a família.

Referências:

  • Winnicott, D. W. (1965). The Maturational Processes and the Facilitating Environment.
  • Brazelton, T. B. (2006). Touchpoints: Birth to Three.
  • Thompson, R. A. (2014). Stress and Child Development: A Developmental Perspective.

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